Pare e pense rapidamente: você gostaria (ou teria coragem) de trabalhar pelado? Desprovido de qualquer artifício que escondesse o seu corpo? Completamente livre das amarras do preconceito a que estamos atrelados? Desoprimido do suor e do desconforto das vestimentas? Esquecido dos padrões de beleza que temos como lei? Pense bem antes de responder.
Você, inteiramente nu, com tudo balançando ao vento, em perfeita harmonia com os animais, as plantas e o cosmo. Descompromissado com a moda e com todos os acessórios que ela impõe. Gozando de total liberdade para expor o seu corpo como veio ao mundo, sem lenço nem documento, sem pudor nem decoro algum.
Poderia virar partidário do naturismo, uma sólida teoria que preconiza a vida de acordo com as leis da natureza, desapegada dos padrões supérfluos da sociedade e das doutrinas cosmopolitas. Teria mais recursos para investir em causa própria, desfrutando da vida como ela é, genuinamente bela. Formaria novos conceitos de beleza e de comportamento. Seria considerado um indivíduo de vanguarda, aclamado em praça pública pela ousadia. Teria o seu minuto de fama, entraria para os anais da história, escreveria um livro, viraria chaveiro, boneco, chapéu, caneca, outdoor...
Pensando nessas vantagens todas ou em parte delas, um grupo de atores ingleses foi contratado pela TV "The Naked Office" para circular completamente nu por algumas estações do metrô de Londres, apenas calçados e com uma pasta de trabalho. A intenção da TV é propor, através de um seriado com seis episódios, que homens e mulheres de uma determinada empresa trabalhem nus.
O especialista em comportamento e apresentador da atração afirma que "este processo leva as pessoas ao limite, deixando-as mais próximas no trabalho". Ele acredita que a nudez pode colaborar para que uma empresa tenha um melhor "clima" e desempenho nos negócios.
Já eu, acredito que isso daria muita confusão dado o tanto de preconceito que temos formulados e programados mentalmente para serem ativados a qualquer momento, ao menor sinal de desvio comportamental. Quem, hoje em dia, em sã consciência, teria coragem de descobrir o seu corpo e circular por aí, subindo e descendo elevadores, escadas, sentando em qualquer lugar, sem se preocupar com os olhares alheios?
E como estamos sempre à mercê das tendências, fico a me perguntar: - E se a moda pega? A proposta é ousada, mas não incoerente. Onde há argumentos, há lógica e se há lógica, deve ser considerada, ainda que impraticável ao meio. A título experimental, seria um evento histórico, uma empresa inteira trabalhando peladona, sem estereótipo, sem marcas de grife nem pudores físicos. Se eu toparia? Pensando bem, nem morta!
Vi no Afrodite para Maiores
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Será que essa moda pega aqui no Brasil? rs
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