Gaúcho arrependido

| 24 de maio de 2010

Um gaúcho entra na delegacia de policia em Uruguaiana e dirige-se ao delegado:
- Vim me entregar, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz
- Chê – disse o delegado – as leis aqui são muito brabas e se tu és mesmo culpado não terá apelação nem dor de consciência que te livre da prisão, mas fala…
- Bah… eu atropelei um argentino na estrada BR-472, perto de Itaqui
- Ora xirú, como tu podes te culpar se estes argentinos atravessam as ruas a todo tempo?
- Mas o vivente estava no acostamento
- Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse tu, seria outro…
- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele qüera, sou um porqueira!
- Bueno, se tu tivesse avisado haveria manifestação, repudio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho o senhor um pacifista…
- Mas senhor delegado, eu enterrei o coitado homem ali mesmo, na beira da estrada
- Estás provado, tu és um grande humanista. Enterrar um argentino… tu és um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais…
- Mas delegado, enquanto eu o enterrava, ele gritava “Estoy vivo, estoy vivo!”
- Garanto que era mentira dele, esses argentinos mentem muito…

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